terça-feira, 5 de maio de 2015

Não vejo diferença!?!

      Diferenças, Movimentos sociais, política e poder
                                   
      Nesse último seminário com tema ainda voltado para as diferenças existentes em nossa sociedade reafirmamos que há muito o que fazer para encontrarmos o equilíbrio para uma sociedade mais justa e igualitária e isso fica evidente quando vemos os noticiários mostrando com muita frequência  protestos nas ruas para se alcançar objetivos que tornem o nosso pais mais justo. Fiz um trabalho social voluntario na cidade de Brasília e até então nunca tinha presenciado tantos protestos em uma cidade e que nem sempre são noticiados para não chocar o cidadão que em sua vida “cômoda” não tem motivos para protestar, vi também as massas manipuladas por grupos organizados com propósitos escusos que não representam a opinião publica, certa vez conversei com um adolescente de Contagem-MG  que estava se preparando para ir a Brasília participar de um protesto que ele nem mesmo sabia o propósito só sabia que iria uma galera de amigos tocando violão e paquerando e não teria que gastar nem um tostão, apoio os movimentos sociais pacíficos mas e preciso saber qual e o motivo do protesto e lamentavelmente a maioria das pessoas que serão favorecidas com o resultado do protesto não apoiam nem participam das marchas por mudanças.
      Próximo de toda eleição sempre aparece alguma reportagem perguntando em quem você votou na última eleição e como sempre a maioria não se lembra, os candidatos que elegemos e que devem lutar pela nossa causa e devemos acompanhar seu trabalho e cobrar resultados mas normalmente os desafios diários de nossa vida nos impedem de fazer muitas coisas que gostaríamos e a lógica e que os políticos façam sua parte sem cobrança mas isso e outro sonho maluco como o da história de “Alise no pais das maravilhas”.
       Mas em meio as muitas discussões e debates sobre “diferenças” concluo que mesmos entre mestres e doutores no ambiente acadêmico onde estive presente debatendo  temas relacionados ao preconceito por cor, raça, etnia, classe social ou orientação sexual percebi também o preconceito de colegas através de expressões não verbais ao ver outros colegas apresentando seminários a inconsistência em alguns de concordarem com o que esta sendo dito ou compreendido para não ser excluído caso revele sua real opinião esse ambiente (acadêmico) em nível de mestrado e doutorado como dito em nosso debate em aula há também uma vaidade muito grande nesse meio pelo grau de dificuldade em se conquistar tal titulo e isso pode nos tornar intolerantes com as falhas ou deficiências intelectuais dos outros, sendo assim como ser humano pensante e formador de opinião por nosso privilegio de acesso ao saber isso tem que fazer de nos melhores seres humanos no sentido da tolerância. Deixo aqui um desafio ao leitor para sempre que possível compartilhar nossos pensamentos e intenções nas redes sociais, em trabalhos voluntários em sua comunidade ou grupos religiosos faço isso a vários anos com ajuda de pessoas dos mais variados meios sociais mas que compartilham uma mesma vontade replicar um pouco do que sabem para melhorar a vida de outros e com isso a sua também!  

Referencias: 
´  Rodrigues, M. B. Interculturalidade: por uma genealogia da discriminação. Psicologia & Sociedade, Belo Horizontes, v. 19, n. 3, p. 55-61, 2007.
´  Souza, J. (Não)reconhecimento e subcidadania, ou o que é “ser gente”? Lua Nova, São Paulo, v. 59, p. 51-74, 2003.

´  Vasconcelos, C. C. O.; Nunes, D. M. P.; Silva, M. S. Percepção do preconceito entre os migrantes nordestino no estado de São Paulo. Saúde Coletiva em Debate. Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 59-69, out, 2011. 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Você é NORMAL ou DIFERENTE?

Diferença: normalidade, marginalidade e desigualdade 

      Como você se classifica, “normal ou diferente”? Vou ao longo desse texto comentar esse tema com uma linguagem mais simplificada mas nas referencias grandes filósofos são citados com uma fala mais profunda, o dicionário da varias explicações para ambas as palavras no sentido pratico delas mas quando colocamos a óptica humanista que e o foco do seminário e possível ver centenas de explicações e justificativas adversas pois cada um tem uma forma de justificar sua humanidade ou a falta dela, em outro seminário discutimos também sobre normalidade e concluímos que ninguém e igual no ponto de vista medico ou sociológico portanto somos todos diferentes pois isso nos torna únicos e como tal necessitamos uns dos outros pois ninguém e bom em tudo e teologicamente falando esse e o propósito do criador, para unir os seres humanos só as nossas diferenças e que tornariam isso possível devido a nossa dependência daquilo que não sabemos ou temos, uns usam isso para promover a união outros não mas isso e tema para outro artigo.
      Normalidade ou loucura e só um ponto de vista segundo o Frances “Deleuze”em todos os momentos em que grandes descobertas foram feitas a loucura ou a quase loucura esteve presente e os que se dizem normais nunca farão algo genial. Para que possamos compreender  os muitos livros e textos de “Deleuze” ou de outros pensadores, filósofos, teólogos antigos ou modernos que ao longo dos séculos vem tentando ajudar o ser humano a atingir o seu maior potencial e preciso olhar para dentro de si pois só alcançaremos o nosso maximo quando “nos” compreendemos pois assim faremos o que há de melhor em “nos” seja como profissão ou como ser humano o problema e que em nossa busca a muita interferência pelo caminho, trabalho, dividas e perdas das mais variadas. O grande filosofo Sócrates em seu tempo dizia: “O homem foi feito para pensar e o trabalho e para os escravos” tenho certeza que os escravos não concordavam com ele mas hoje temos que fazer tudo ao mesmo tempo, trabalhar, pensar e conviver com os desafios diários e tomar as decisões mais certas em uma velocidade incrível ai entram os erros por falta de ponderação ao decidir. A empresa 3M e formada só por profissionais pensantes e criativos e tem a meta anual de lançar 30% há mais em novos produtos em sua imensa gama de inovações para não ser uma empresa “normal” e para que isso aconteça ela da um dia por semana ou quatro no mês para que cada profissional use como quiser com intuito de pensar no “diferente” pois o igual todos já sabem.
“A repetição nada muda no objeto que se repete, mas muda alguma coisa no espírito que a contempla: esta celebre tese de Hume leva-nos ao âmago do problema. Como a repetição mudaria alguma coisa no caso ou no elemento que se repete, visto que ela, de direito, implica uma perfeita independência de cada apresentação?”  (Deleuze, 2006)      
                                                                                                          
      O contraste da diferença com a normalidade salienta também outra mazela de nossa sociedade a marginalidade e a desigualdade e é nesse ponto e se justifica a igualdade de condições que pregam governos, seitas e religiões que se somam a lutas sociais para garantir um mínimo de igualdade por classe social, cor, raça e etnia.
 “As políticas educacionais têm sido utilizadas para corrigir desigualdades, entretanto ao centrarem-se nas desigualdades intra escolares, as políticas e suas análises se empobrecem. O foco nos coletivos feitos desiguais redefine as desigualdades, continuando fechado na exposição das desigualdades escolares e na denúncia dos fatores intra escolares como responsáveis pela sua persistência, responsabilizando os professores e até os próprios educandos.Ver as diferenças, os diferentes como problema está incrustado em nossa cultura política. Ou são problema herdado de um passado de tradicionalismo, do atraso na agricultura, no trabalho informal, ou da lenta incorporação na sociedade moderna, letrada, desenvolvida. Enquanto não mudarmos o modo de pensar os desiguais como problema, não mudaremos a visão do Estado e de suas políticas como a solução”. Arroyo 2010                                                                                                    
      Sou fá do antigo seriado de TV “jornada nas estrelas” e em um de seus episódios foi retratado o nosso sonho de futuro como (amantes da igualdade) a nave “SS interpraise” encontrou no espaço uma capsula com três pessoas congeladas que no passado tinham doenças graves em estagio terminal ao serem teletransportadas para o setor medico da nave a medica de plantão com aparelhos altamente modernos curou em poucos minutos um doente de câncer outro com problemas no coração e uma mulher com infecção generalizada, após todos serem curados de doenças primitivas segundo disse medica os pacientes foram encaminhados para conversar com a psicóloga da nave para se adaptarem a nova vida no presente a mulher quis saber de seus familiares e foi mostrado a ela toda a sua genealogia  de seus familiares e onde moram atualmente para conhecê-los quando retornasse a terra outro era “baladeiro” e só queria saber onde seria a próxima festa no espaço o terceiro era muito rico e queria voltar imediatamente para a terra e ver suas ações no banco e suas propriedades e tentou subornar o comandante da nave a voltar imediatamente a terra e ele faria do comandante um homem rico, o comandante buscou nos arquivos para saber o que era ser rico ter posses e ficou chocado por saber que no passado os seres humanos matavam, enganavam e roubavam para serem melhores que outros, no mundo atual ano 3.025 segundo o comandante ninguém e dono de nada tudo e de todos e cada um tem só o necessário para viver bem e não acumulam posses e todos são iguais segundo as leis terrenas e galácticas. Será que a humanidade vai ter que esperar tantos anos resolver os problemas sociais de inclusão e igualdade!    
“Assim, o que estaria ocorrendo no mundo globalizado seria uma tendência à restrição da mobilidade social ascendente, verificando-se, em contraposição, contingentes cada vez mais expressivos de indivíduos que passariam a ocupar posições mais baixas na escala social. Ora, se a mobilidade social tende a ser esmagadoramente descendente, podemos pensar que estamos em presença de uma situação de exclusão e não mais apenas de desigualdade social”. Maiolino 2005 

Referencias:
ARROYO, M.G. Políticas Educacionais e desigualdades: à procura  de novos significados. Educação e sociedade, Campinas, v. 31, n.113, p.1381- 1416 out.dez.2010.
BRAH, A. Diferença, diversidade, diferenciação. Caderno Pagu, Campinas, n.26,p. 329-376, jan./jun.2006.
DELEUZE, G. Diferença e repetição. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
LAVINAS, L. Pobreza e exclusão: Traduções regionais de duas categorias da prática. Econômica, Niterói, v. 4, n. 1, p.25 – 59, jun. 2002.
MAIOLINO, A. L. G.; MANCEBO,D. Análise histórica da desigualdade: marginalidade, segregação e exclusão. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v.17, n.2, p.14 -20, maio/ago. 2005.RÍOS, G. A captura da diferença nos espaços escolares: um olhar deleuziano. Educação& Realidade, Porto Alegre, v.27, n.2, p. 111 – 122 jul. /dez. 2002.                                                                                                     

quinta-feira, 30 de abril de 2015

“Quem vê cara vê coração” (Aparência, deficiência física e mental).



                                        
      Usei como titulo para essa minha fala “Quem vê cara vê coração” você pesa que eu esqueci o ditado popular “quem vê cara não vê coração” mas não e isso mesmo que eu quis dizer pois vivemos em uma sociedade que acredita que vendo a aparência da pessoa sabem dizer como e o coração dela, citei em minha última publicação nesse blog sobre o trabalho que faço através de uma empresa de consultoria quando somos contratados para fazer a pesquisa de “cliente oculto” para avaliar o atendimento da empresa contratante e emitir um relatório com possíveis soluções, em minhas experiências comprovei que se você indiferente de sua orientação sexual cor ou origem basta para o mercado de consumo você se apresentar com ostentação e luxo que será bem recebido em qualquer lugar pois o seu dinheiro e bem vindo, então viva de aparências para ser aceito pelos medíocres de nossa sociedade e não seja você mesmo seja uma mentira!                  
             Fiquei chocado ao participar do seminário com o tema: “Aparência, deficiência física e mental” não pela apresentação pois os colegas que apresentaram foram brilhantes ao tratarem o tema mas sim pela dura realidade enfrentada por pessoas com deficiência física e  mental, Hoje a CLT (consolidação das leis trabalhistas) exige que toda empresa com numero de empregados a partir de 100 tenham pelo menos um deficiente físico em seu quadro de colaboradores mas descobrimos que tem empresas que contratam o deficiente físico mas só para cumprir a cota exigida pela lei pois o deficiente recebe para ficar em casa sem fazer nada pela empresa, todo portador de deficiência física tem direito a uma aposentadoria do governo para facilitar sua vida mas a conquista do emprego para o deficiente tem como principal objetivo a inclusão social e tirar a pessoa em muitos casos da depressão e fazer com que ela se sinta útil, outro problema que rodeia o deficiente físico segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e que a maioria deles tem baixa ou nem uma escolaridade e por isso não conseguem preencher as vagas disponíveis no mercado, e por que isso acontece? Porque a discriminação e o preconceito vividos por essas pessoas aliado a políticas publicas incompetentes no período de vida escolar de crianças com deficiência os excluiu de uma socialização para incluí-los em nossa sociedade e capacita-los de acordo com sua deficiência.
      Outro ponto negativo que mancha a nossa historia e a lamentável tragédia humana ocorrida no passado na cidade mineira de Barbacena onde eram jogados os deficientes mentais, mulheres que engravidavam fora do casamento e homossexuais ou seja todas as pessoas que uma sociedade de hipócritas e desumanos não queriam em seu meio, hoje e possível visitar em Barbacena o museu da loucura e ver fotos da época que mais lembrem os campos de concentração nazistas onde Judeus, Turcos e Ciganos trabalhavam até a morte, outro lugar em Minas Gerais onde pessoas com lepra (rencienise) eram isoladas e excluídas era a colônia Santa Isabel uma vez lá não tinha volta, recordo de minha infância quando uma vez por mês um grande grupo de leprosos da colônia vinham com sacos no bairro em que eu morava para mendigar alimentos para manter a colônia viva e cuidar dos leprosos acamados, me lembro de ter medo deles por causa das deformações que eles tinham por causa da doença, fiquei triste ao lembrar desses fatos e espero que nossos filhos tenham possam relatar no futuro vivemos hoje em uma sociedade mais atenta a inclusão e compreensiva com as diferenças.
Referencias:
  BRUNSTEIN, J.; SERRANO, C. A. Vozes da diversidade: um estudo sobre as experiências de inclusão de gestores e PcDs em cinco empresas paulistas. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v.6, n.3, p. 1-27, set. 2008.
  CARVALHO-FREITAS, M. N.; TOLEDO, I. D.; NEPOMUCENO, M. F.; SUZANO, J. C. C.; ALMEIDA, L. A. D. Socialização organizacional de pessoas com deficiência. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.50, n. 3, p. 264-275, jul./set. 2010.
  LIMA, M. P.; TAVARES, N. V.; BRITO, M. J.; CAPELLE, M. C. A. Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 42-68, mar./abr. 2013.
  MOTA, M. D. B. Moda e subjetividade: corpo, roupa e aparência em tempos ligeiros. Modapalavra, Florianópolis, ano 1, n.2, p. 21-30, ago./dez.2008.
  PEREIRA, R. Diversidade funcional: a diferença e o histórico modelo de homem-padrão. História, Ciência, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.16, n. 3, p.715-728, jul./set. 2009.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Gestão da Diversidade

Gestão da Diversidade “Administrar o Desigual”  
     Ao abordarmos esse tema e os diversos questionamentos que o envolvem pensei no significado do titulo “Gestão da Diversidade” busquei o dicionário para construir minha fala “Administrar o Desigual”, nas grandes empresas a política da igualdade muitas vezes fica só na recepção estampado no quando de missão e valores. O “desigual” (feio,gordo, magro,negro,homossexual) em ambientes corporativos não e bem vista, se a pessoa dita “desigual”com um dos “defeitos” citadas ou com a soma dos mesmos sobreviver a entrevista de contratação tal pessoa vai enfrentar o preconceito velado pelos colegas de trabalho, eu enquanto profissional alem de Professor presto serviços de consultoria empresarial na área de pessoas e os principais temas são: atendimento ao cliente, vendas, formação de lideres  e trabalho em equipe e sempre que sou chamado para esses trabalhos normalmente eu outra pessoa do escritório fazem uma entrevista com a pessoa que quer o trabalho e na maioria das vezes o trabalho tem (por exigência da empresa contratante) que ser de acordo com a cultura organizacional da mesma e por muitas vezes esse e o problema ela quer mudar as pessoas quando na realidade o problema e a empresa, um exemplo dos problemas que enfrentamos  quando e solicitado que encontremos um profissional para ocupar um cargo de liderança ai entra em ação meu colega de escritório com formação em recursos humanos e ele já me relatou diversas vezes que as empresas não dizem abertamente que não querem negros, homossexuais ou mulheres porem ao enviar o candidato ele e reprovado não pelo currículo mas por ser “diferente” aos olhos da empresa, nem uma se assume publicamente preconceituosa por motivos óbvios (processo na justiça) mas e! Outro trabalho que oferecemos e o de “cliente oculto” para testar o atendimento dos ditos “colaboradores” como gostam de ser chamados, no atendimento físico simulamos o cliente pobre e depois o rico e com raríssimas exceções o pobre e bem atendido em estabelecimentos em que os bens de consumo tem um valor maior, o preconceito toma outro sentido e a pessoa (negros ou Homossexuais) se aparentam ter dinheiro são bem vindos em ambientes de consumo de valor elevado (restaurantes, lojas de grife, concessionárias) só suas roupas e cabelos bem arrumados e o suficiente para serem bem atendidos ou seja para o comercio de luxo se você aparenta ter dinheiro e tudo bem.
      Uma colega de mestrado em nosso debate lembrou-se das perseguições sofridas em sua infância por colegas na escola devido a aparência que tinha, quantos de nos não passaram ou presenciaram em sua infância situações semelhantes! De onde surgiu tal atitude tão negativa em seres humanos de perseguir os ditos “diferentes”? Detesto ver filmes americanos que retratam isso em escolas onde atitudes covardes nunca são punidas, a bem pouco tempo nomearam esse tipo de perseguição de “Bullying” (No Brasil, o bullying é traduzido como o ato de bulirtocarbatersocarzombar, tripudiar,ridicularizar, colocar apelidos humilhantes e etc.)    http://www.significados.com.br/bullying/ em uma cerimônia de formatura nos estados unidos “Bill Gates” o gênio da Microsoft foi convidado para discursar ele em um dos pontos de sua fala disse: “Seja legal com os CDF´s – aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas.  Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles.”www.youtube.com/watch?v=eMhXqABoNaE
      Nas escolas e faculdades e comum ouvirmos a palavra “media” que e um parâmetro usado para dizer se você conseguiu o mínimo de pontos exigidos para ser aprovado em uma disciplina, no dicionário a palavra “media” deriva da palavra “medíocre” que para muitos ouvir alguém dizer que ela e “medíocre” a maioria se ofende por não saber o significado, mas como aponta o IBGE a maioria dos brasileiros vive na “media” ou seja são “medíocres” dessa forma as pessoas conseguem viver ter uma moradia e um carro modesto e fazer viagens de férias de baixo custo uma vez ao ano, mas os que são excelentes ou seja os fazem tudo acima da “media” não se contentam em estudar o suficiente só para passar em uma prova querem sempre o Maximo, conseguem os melhores empregos e são disputados pelas melhores empresas o que e bom atrai o que e bom e isso torna melhor, ao fazermos essa comparação com pessoas que indiferente de sua condição social ou grau de escolaridade tem em seu interior por herança ou por criação um olhar amoroso para com os excluídos que vivem a sua volta essa pessoa e um ser humano acima da “media” pois e excelente.
      Como então podemos encontrar enquanto acadêmicos o equilíbrio entre o saber contido nos livros e o que adquirimos ao longo da vida e fazer desses saberes algo proveitoso para a sociedade em vivemos? Como já dizia o grande filosofo Sócrates que “o saber só aumenta quando e compartilhado”, não me atrevo a descordar mas sim somar ao que ele disse, creio que quanto mais conhecimento adquirimos por estudo ou por experiência isso tem que fazer de nos pessoas mais tolerantes com as falhas dos outros,                   
 e assim como Sócrates tentava popularizar o saber discursando em praça publica falando de forma simples sobre os temas mais complexos da humanidade penso que e nosso dever como privilegiados por poder saber com mais profundidade os desafios de viver em meio as mais variadas formas de preconceito e discriminação temos que usar as praças modernas (redes sociais, blogs, espaços públicos, ONGs) e compartilhar o nosso saber para que ele crença e que a desigualdade diminua!   

terça-feira, 21 de abril de 2015

Origem, classe social e ocupação profissional

O DESAFIO DO “NORDESTINO” NO PAIS DO PRECONCEITO. 
     Hoje e comum viajar para qualquer do pais e encontrar um Nordestino que saiu de sua cidade de origem (essas cidades em sua maioria são as mais pobres da região nordeste) por falta de oportunidade de trabalho, essas pessoas tem como agravante ao preconceito a baixa escolaridade e a linguagem típica do interior que e motivo de “chacota” para os letrados em “gerúndismo” da capital, ao migrarem para as grandes cidades trabalhão em sub empregos sendo explorados com carga horária alta e baixos salários e como consequência vivendo em péssimas moradias e em muitos casos marginalizados por uma sociedade hipócritas para onde migraram.
     A alguns anos trabalhei próximo a uma casa pequena onde cerca de vinte “Paraíbas”(como eram chamados pelos vizinhos) viviam amontoados, esses trabalhadores vinham de sua cidade de origem trazidos escondidos dentro do baú de um caminha carregado redes e tapetes produzidos no interior do nordeste, o dono do caminhão e das mercadorias e um nordestino que explora essa mão de obra barata e sem carteira assinada  ou seja o nordestino pobre e explorado até por um “conterrâneo” de poder aquisitivo maior que também discrimina tal nordestino por não ser oriundo de uma grande capital do nordeste.

      Os “Nordestinos” que anualmente vem para o interior de São Paulo para trabalhar no corte da cana de açúcar na época da safra, dados citados o artigo: “Percepção do preconceito entre os migrantes nordestinos no estado de São Paulo”out 2011 que estudamos e debatemos salientou os inúmeros problemas físicos causados por exaustão em numerosas horas trabalhadas pois o trabalhador e comissionado e sabem que o valor pago e baixo então o esforço para conseguir uma quantia de dinheiro suficiente para ajudar a família faz esse trabalhador cometer tal nível de fadiga ao próprio corpo causando em alguns casos lesões permanentes, atrelado a esse problema vem a discriminação por classe e etnia, em entrevista documentada no artigo a cima citado um dos cortadores de cana diz que “as únicas pessoas da cidade que gostam dos nordestinos são: o dono da “venda”(pequenos comércios que vendem alimentos), o dono bar e a casa de prostituição, todos nos recebem com um sorriso no rosto por interesse em nosso suado dinheiro” outro entrevistado diz que mulheres mudam de lado na rua para não cruzar com nordestino na causada, entre outras formas de discriminação sofridas. A assistente social de um posto de saúde local relatou um numero expressivo de trabalhadores que apresentam sintomas de depressão, estresse e distúrbios ligados a saúde mental causado por motivos diversos mas dados as informações  relatados vemos que a discriminação contribui em grande parte para tal situação.
      Ao relembrar a famosa marchinha de carnaval “o teu cabelo não nega mulata... e como a tua cor não pega, mulata eu quero o teu amor” na época era comum e aceitável tal preconceito, de La para cá não ouve muito progresso ainda e possível encontrar musicas, charges, piadas e shows de stand up que para arrancar gargalhadas do publico detonam os já estigmatizados, gordos, gays, negros e nordestinos. Agora imagine uma pessoa com todas essas características  juntas em nosso pais com tantos preconceitos o caminho mais fácil para tal pessoa e se isolar  e viver se sentido diminuída ou lutar para conquistar seu lugar em uma sociedade dita de “normais”!

      O filme “Madame satã” brilhantemente interpretado pelo ator Lazaro Ramos representa bem quase todos os “defeitos” que nossa sociedade de “normais” rejeita, Madame satã era homossexual, negro e nordestino só faltou ser gordo e para sobreviver aliado a sua personalidade forte era capoeirista (luta africana praticada no Brasil) enfrentava o preconceito e a perseguição e não levava desaforo para casa. Ao pesquisar o tema recordei-me do programa que iniciou no anos 70 e que por mais de 20 anos esteve no ar “Os Trapalhões” onde quatro humoristas sendo um Mineiro (Zacarias), um Paulistano (Dedé), um Cearense (Didi) e um Carioca negro (Muçum), as ditas “piadas” sempre tinham um tom mais sempre tinham um tom mais debochado e discriminatório para o humorista negro e o Cearense os outros eram considerados “normais” como discutido em um seminário acadêmico que participei a maioria das pessoas de nossa sociedade diz que “prefere não tocar no assunto para não gerar polemica deixe como esta temos problemas de maior importância para discutir”.

      Até quando viveremos em uma sociedade dita Humana mas não aceita em seu meio outro ser Humano por ele ser “diferente”, aprendemos em sociologia uma disciplina que e base da maioria dos cursos de graduação pois trata das relações Humanas nas diversas sociedades e culturas para preparar o acadêmico para melhor compreender as pessoas a sua volta no meio profissional e em sociedade, nas discussões em sala e muito citado o sociólogo “Gilberto Freire” que diz assim como a ciência afirma todo ser Humano e único portanto todos somos “diferentes” e o que soma as nossas vidas não e o igual e sim o “diferente” pois o que deve nos unir é fazer de nos melhores pessoas e aprender com as diferenças para tornar o mundo um lugar mais igual.   
´  Oliveira, L. A. “Mate um nordestino afogado” – análise crítica de um artigo da revista época. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 11, n. 2, p. 361-376, maio/ago. 2011.
´  Patto, M. H. S. A família pobre e a escola pública: anotações sobre um desencontro. Psicologia USP, v. 3, n. ½, p. 107-121, 1992.
´  Rodrigues, M. B. Interculturalidade: por uma genealogia da discriminação. Psicologia & Sociedade, Belo Horizontes, v. 19, n. 3, p. 55-61, 2007.
´  Souza, J. (Não)reconhecimento e subcidadania, ou o que é “ser gente”? Lua Nova, São Paulo, v. 59, p. 51-74, 2003.
´  Vasconcelos, C. C. O.; Nunes, D. M. P.; Silva, M. S. Percepção do preconceito entre os migrantes nordestino no estado de São Paulo. Saúde Coletiva em Debate. Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 59-69, out, 2011. 

quinta-feira, 26 de março de 2015

“Mameluco maluco ou Cafuzo confuso” (Raça e Etnia)

Raça e Etnia

    Nesse encontro em que o tema “Raça e Etnia” foi discutido vimos através de dados históricos a difícil relação entre pessoas de diferentes raças e etnia em todo o mundo, citado em nosso debate pelo professor Luiz Alex Silva Saraiva quando diz que países europeus que se dizem “raça pura” e demonstram preconceito contra países vizinhos pela mistura de rasas que desde a época das grandes navegações se misturavam principalmente com negros e índios, essa fala também nos fez remeter como era aprendido em nossas escolas no ensino fundamental quando se falava das misturas raciais aprendemos que participam da formação do povo brasileiro pessoas da raça branca, vindas da Europa; da raça negra, trazidas da África; e da raça amarela, os indígenas nascidos no Brasil. A miscigenação é intensa desde o início da colonização. O pequeno número de mulheres brancas entre os colonizadores portugueses os leva a se relacionar com índias ou escravas negras, muitas vezes à força. Essa miscigenação dá origem a outros tipos raciais como o mulato, originado da miscigenação do branco com o negro; o caboclo ou mameluco, originado da miscigenação do branco com o amarelo; o cafuzo, originado da miscigenação do negro com amarelo. Os povos que vem mais tarde para o Brasil, apesar de terem em muitos casos permanecidos em comunidades fechadas, também se miscigenam.
     Trazendo essa questão para nossa realidade atual abordando a polemica das cotas raciais, eu enquanto profissional trabalho como professor do ensino médio e técnico, ao requerer junto ao estado minha licença para lecionar ao fim da entrega dos documentos solicitados a atendente me apresentou um questionário onde o principal questionamento era  se eu era a favor da cota para negros nas universidades, as perguntas foram feitas pela atendente que marcava no folha minhas respostas sem que eu pudesse responder de forma anônima, suas expressões não verbais e a forma manipulativa com que perguntava deixava bem claro que ela era a favor sendo ela uma pessoa negra, Fiquei constrangido ao responder que eu sendo uma pessoa branca e de origem humilde e que tive uma dificuldade muito grande em  cursar uma universidade sou a favor da cota para pobres e como era de se esperar ela questionou minha opinião ou seja a imparcialidade da pesquisa foi no mínimo duvidosa.
      Sai da escola com esse questionamento em mente e descobri através de pesquisa ao site do IBGE que o maior numero de pobres no Brasil e formado de "Pretos e Pardos” como classifica a pesquisa e entendi que a minha opinião no momento da pesquisa na escola não prejudica os negros e inclui os brancos pobres, mas e claro como vimos em nosso debate em aula na apresentação dos colegas, Cláudia Vilas Boas e Felipe Gouveia Pena as opiniões e discussões são muito variadas inclusive entre os próprios negros uns dizendo que a cota e uma forma de racismo e outros defendem que isso e o mínimo que o governo e a sociedade devem fazer em prol dos negros para amenizar as marcas deixadas em nossa sociedade no período da escravidão, e claro esses são apenas parte dos pontos defendidos nos diversos argumentos apresentados por movimentos que defendem a causa dos negros.  

           Em uma pesquisa recente que aponta um numero crescente de morte de jovens negros no Brasil exibida na TV mostra o despreparo de nossa policia em fazer o trabalho de prevenção e não só de repressão e o que ainda e pior a repressão violenta que tem representado a morte de muitos jovens em sua maioria formada por negros, como podemos mudar esse quadro? A culpa e do governo ou de todos nos enquanto sociedade? Quem tem a maior parcela de culpa nas atrocidades que temos visto?           

       A questão e que sendo você ou eu “mameluco maluco ou cafuzo confuso” somos todos uma única raça ou seja humana, não aceitar isso pode nos tornar menos humanos e incapazes de viver em uma sociedade de humanos e como então essa questão pode ser resolvida? Mandar essas pessoas preconceituosas para outro planeta? Acredito que muitas pessoas que sofrem ou já sofreram discriminação gostariam dessa ideia mas a realidade e outra temos muito trabalho pela frente para corrigir e eliminar esse “câncer” do nosso meio!

  
Referências:  


terça-feira, 24 de março de 2015

“Preconceituoso Involuntário” e “Analfabeto de Gênero”

   
  Gênero e Sexualidade      
       Ao ler o blog e discussões em sala com colegas de aula descobri que sou "preconceituoso involuntário", a falta de informação ou o desejo de busca-la pode fazer de nos "analfabetos de gênero" incapazes de viver em uma sociedade tão diversa sem excluir os que aos olhos ignorantes são "diferentes"! Mas como discutido em aula o que e “normal” e o que e “diferente”? Em nosso meio social no convívio diário com pessoas diferentes e com  formas diferentes de ver um ao outro aprendemos que aquele que não se parece com alguém do “grupo” ou sociedade e diferente e não e bem vindo nele e isso acontece com uma exclusão velada como vimos no texto que trata do gênero, a falta de convivência com as minorias tem tornado nossa sociedade intolerante  e despreparada para incluí-los.
        Eu pessoalmente como acadêmico e docente e envolvido com trabalhos sociais percebi o meu despreparo em lidar com tais pessoas e por isso usei o termo “preconceituoso involuntário” por não buscar o saber ligado a aos problemas enfrentados por essas minorias para melhor compreende-los. Já o “analfabeto de gênero” vejo no dia-a-dia o despreparo do comercio, oficinas e ambientes de convivência social predominantemente de pessoas sem qualquer preparo ou instrução que não conseguem aceitar a orientação sexual de outras, como se cada um já não tivesse que cuidar de sua própria vida e agora querem cuidar da vida dos outros e o que e pior sem serem convidados para tal tarefa, essas pessoas tachadas de “diferentes” trabalham produzem e consomem e querem o mínimo esperado de todos, respeito e inclusão.
       Como Professor fiquei ansioso em saber como multiplicar esses conhecimentos de forma didática e acessível para o nível escolar de meus alunos e ao ler o artigo da professora Guacia  encontrei dicas valiosas para alcançar meu objetivo, compartilho no blog só a introdução das palavras dela mas ao fim nas referencias podem encontrar o caminho para lerem o artigo completo. 

Educação e docência: diversidade, gênero e sexualidade

Guacira Lopes louro Professora da Universidade federal do Rio Grande do Sul
Introdução
O tema “gênero e sexualidade” geralmente nos fascina, nos provoca curiosidade e está por toda parte. Falar sobre prazer, desejo e amor pode ser ótimo e discutir como se experimentam todas essas coisas quando se é uma mulher ou um homem, quer dizer, discutir se há distinções e aproximações nas experiências ou nas vidas dos sujeitos masculinos e femininos também costuma provocar discussões acaloradas e instigantes; mas, quando temos de encarar esses temas em nossa posição de educadoras e educadores, as coisas parecem se complicar.
Há muito tempo venho estudando e trabalhando com essas questões. Por certo, não faço esse trabalho sozinha, mas juntamente com muitos parceiros e parceiras: com meus colegas do GEERGE (Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero), com estudantes do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRGS, com muitos outros colegas e estudantes dos vários grupos e núcleos de estudo que se espalham pelo Brasil e pelo exterior, e com tantas professoras e professores como vocês com quem tenho tido oportunidade de dialogar. Tenho consciência, portanto, de que essas questões são muito importantes para quem trabalha no campo da Educação, muito especialmente para quem lida, cotidianamente, com crianças e adolescentes, para quem se vê desafiado a acolher e dar algum encaminhamento às dúvidas, às perguntas e às situações que essas crianças e jovens constantemente nos colocam.
São muitas as possibilidades de encaminhar uma discussão dessas questões. Apresento a seguir quatro pontos ou aspectos que poderão, mais adiante, ser desenvolvidos ou ampliados.
Em primeiro lugar, parece importante esclarecer como estou compreendendo os dois conceitos centrais desta fala: gênero e sexualidade. Repetidos por todo mundo, nas mais diferentes situações, nas práticas cotidianas, na mídia, na escola, etc., muitas vezes esses termos aparecem juntos, numa indicação de que são dimensões da vida extremamente articuladas. Concordo com isso, mas acho que se pode dizer que entre gênero e sexualidade, mais do que articulações há, muitas vezes, embaralhamentos, misturas, confusões. Não me refiro apenas a indistinções conceituais, como aquelas que alimentam os debates acadêmicos, mas me refiro, talvez de modo mais candente, às indistinções do senso comum – como a noção de que é um “sujeito gay não passa, ao fim e ao cabo, de uma mulherzinha” ou a noção de que é “impossível ser feminina e lésbica” –, noções que acabam por se naturalizar de tal modo que se tornam quase imperceptíveis. Essas noções estão muito arraigadas em nossa cultura e lidamos com elas constantemente em nossas escolas, na nossa família ou, até mesmo, dentro de nós. As consequências políticas de noções desse tipo são demasiadamente importantes para que possam ser desprezadas. Por isso, antes de mais nada, parece-me que vale a pena deixar clara a perspectiva que informa minha fala.Há muito que estudiosas feministas procuram demonstrar a especificidade e, consequentemente, a distinção entre gênero e sexualidade e, ao mesmo tempo, sua estreita articulação. Entre essas estudiosas, o conceito de gênero surgiu pela necessidade de acentuar o caráter eminentemente social das diferenças percebidas entre os sexos. Apontava para a impossibilidade de se ancorar no sexo (tomado de modo estreito como características físicas ou biológicas dos corpos) as diferenças e desigualdades que as mulheres experimentavam em relação aos homens. O conceito levava a afirmar que tornar-se feminina supõe uma construção, uma fabricação ou um aprendizado que acontece no âmbito da cultura, com especificidades de cada cultura. Portanto, as marcas da feminilidade são sempre diferentes de uma cultura para outra; essas marcas se transformam, são provisórias. Inscrevê-las num corpo supõe, também, lidar com as marcas distintivas do seu outro, a masculinidade. Percebe-se, então, que ao falar de gênero estamos nos referindo a feminilidades e a masculinidades (sempre no plural). A potencialidade do conceito talvez resida exatamente nesta noção, a de que se trata de uma construção cultural contínua, sempre inconclusa e relacional.Apesar de algumas resistências, essas ideias já vêm sendo admitidas por muitos. Mas as coisas costumam se complicar um pouco mais quando se trata da sexualidade. Inúmeras pesquisadoras e pesquisadores comentam o quanto parece ser difícil admitir que a sexualidade também é construída culturalmente. A dificuldade parece residir no fato de que, usualmente, se associa (às vezes até se reduz) a sexualidade à natureza ou à biologia. E, quando se assume este modo de pensar, frequentemente, se supõe que a natureza e a biologia constituem uma espécie de domínio à parte, alguma coisa que ficaria fora da cultura. Contrariando essa posição, é interessante lembrar Jeffrey Weeks (1999), um destacado estudioso, que afirma que “as possibilidades eróticas do animal humano, sua capacidade de ternura, intimidade e prazer nunca podem ser expressadas ‘espontaneamente’, sem transformações muito complexas”. E as transformações a que Weeks se refere podem ser entendidas como a linguagem, os jeitos, os códigos, enfim, todos os recursos que usamos para expressar nossos desejos. É inegável que a forma como vivemos nossos prazeres e desejos, os arranjos, jogos e parcerias que inventamos para pôr em prática esses desejos envolvem corpos, linguagens, gestos, rituais que, efetivamente, são produzidos, marcados e feitos na cultura.

REFERÊNCIAS

BRITZMAN, Deborah. O que é essa coisa chamada amor. Identidade homossexual, educação e currículo. Revista Educação e Realidade. Porto Alegre: UFRGS, Faculdade de Educação, vol. 21, n. 1, jan./jun. 1996.
LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira (Org.). O corpo educado – pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
LOURO, Guacira Lopes. Currículo, gênero e sexualidade – o “normal”, o “diferente” e o “excêntrico”. In: LOURO, Guacira Lopes; GOELLNER, Silvana Vilodre.; NECKEL, Jane Felipe (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade. Um debate contemporâneo na Educação. Petrópolis: Vozes, 2003.
WEEKS, Jeffrey. O corpo e a sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado – pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

http://formacaodocente.autenticaeditora.com.br/artigo/exibir/9/30/6